terça-feira, 28 de março de 2017

CADA COISA



Cada um com seu encanto, 
seu canto, 
sua crença

Cada um com sua raça, 
sua graça, 
sua pena

Cada um com seu emblema, 
seu caráter, 
sua ética

Cada um com seu amor, 
seu sexo, 
sua dor

Cada coisa a seu tempo,
Em cada momento o perdão,
A cada instante um pensamento
Cada esquina com sua razão....

Poema e foto: Silvia Ferrante




segunda-feira, 27 de março de 2017

“MEUS QUERIDOS AMIGOS”

“MEUS QUERIDOS AMIGOS”
        
                A minissérie “Queridos Amigos”, tocou meu coração de forma muito especial e me fez relembrar dos meus queridos amigos que há muito seguiram seus caminhos.
Graças a Deus, nenhum foi torturado pela ditadura, ao menos que eu tenha conhecimento, porém, a lealdade, o carinho, a vivência deles como “família” que eram, isso eu vivi com os meus queridos.
            Essa amizade que nos uniu na década de setenta principalmente, foi tão forte que até hoje quando nos encontramos por aí, é como se a gente tivesse se visto ontem mesmo e conversado por horas. A sintonia que fica dos grandes amigos, nem a distância, nem o tempo conseguem apagar.
            Com alguns deles o elo é a música, sempre a música, esse vírus que me tomou há muito tempo, com outros, a fotografia, e com outros ainda, o elo era o teatro (fui da primeira turma do Cena IV). São todos muito queridos e me lembro com saudades das nossas aventuras, principalmente de algumas que vivenciamos na “Fazenda Cachoeira”.
            Na época, lá pelos anos de 1974, 75, frequentávamos uma comunidade de jovens da igreja católica que se chamava TOCA. Algumas vezes fazíamos retiros espirituais lá na Fazenda, que já era da Diocese. Sempre acompanhados de adultos, íamos felizes, principalmente nas férias, para esses encontros.
Lembro-me com saudade da “mãe”Yolanda, que na verdade era mãe da Tida, da Rosana e da Gláucia, que faziam parte da comunidade. Dona Yolanda nos adotou a todos e, quando não estávamos por aí fazendo algum trabalho, como os que realizávamos com as crianças do Lar Santo Antônio aos domingos, ou cantando em serenatas e festivais, era na casa dela que nos encontrávamos.
            Várias tardes de domingo passamos na área daquela casa da Rua Gabriel Ferreira. Lá cantávamos, conversávamos e riamos muito, o riso era fácil naquele tempo.
Chegavam o Pistelli, o Amâncio, o Carioca, o Netão, o Paulinho Braga, o Mussum, o Walthinho, o Alvim, o Wagner, o Zezito, o Zézinho Só, o Tonhão, o Norton, o Luis Gonzaga, o Luis Carioca, o Jairinho, o Testa, o Marquinho Bernardi, o Marcão, o Clóvis, o João Alvise, e o Padre Zé Benê, que era nosso orientador espiritual e que às vezes dava o ar da graça por lá. Das meninas, além das donas da casa, íamos eu, a Fafá e a Isa Noronha, a Ana Cassiolato, a Rose de Pinhal, a Suia Legaspe, a Eneida, a Aida Cassiano, a Rita e a Lourdes Juvêncio, a Penélope, a Clícia, a Sandra Vasques, a Edéia, a irmã Marina, que junto com a dona Yolanda faziam tudo por nós e com certeza mais alguns amigos que minha memória meio esfumaçada, provavelmente esqueceu-se de me lembrar nesse momento. (Peço perdão desde já por algum imperdoável esquecimento).
Sempre tinha música, muita música, inéditas ou não. Era maravilhoso ver como brotavam canções e poesias daquelas cabeças todas.

            Encontrei tempos depois, no Theatro Municipal, uma das grandes figuras desse nosso tempo: o Netão, ou o Paschoal, como quiserem. Ele sempre foi muito criativo e engraçado, mas também super consciente e centrado. A história de hoje tem a ver diretamente com ele numa das nossas idas à Fazenda Cachoeira.
            Num desses retiros que fizemos, numa bela tarde, chega o Walthinho Castelli, muito branco dizendo que o Netão havia sido picado por uma cobra venenosa e que não estava bem.
            Logo chegaram à casa grande o Neto, muito pálido carregado pelo Pistelli e por mais alguém que no momento não consigo lembrar.
            A primeira reação de uma das meninas foi telefonar para a cidade para que viessem buscar nosso amigo, já que o administrador havia saído com o carro da fazenda e não havia nenhum outro meio de transporte por lá. O telefone estava mudo e não havia ainda o tal celular.
            Deitamos o Neto num dos sofás da sala. Aí veio a Fafá e perguntava:
- Netão, você quer um travesseiro? Ele com aquela cara mais que pálida respondeu:
- Por favor, Fafá!
             Depois veio outra e perguntou:
- Netão, você quer um cafezinho, uma água? Ele com o jeito de quem ia desmaiar a qualquer instante responde:
- Por favor, quero sim!
             Na época eu já fazia enfermagem e a orientação era para deitar o paciente picado pela cobra, fazer um garrote do membro atingido e não dar nada para beber. Interferi dizendo que não podia dar nada para ele, que tínhamos que levá-lo ao hospital o mais rápido possível.
            Na outra sala, a Suia chorava muito e a Sandra Vasques, de tanto chorar perdeu a lente de contato e gritava para ninguém pisar ali onde ela estava porque a lente dela havia caído. A Tida se esborrachou numa cadeira e não falava e nem fazia nada, era como se estivesse em choque.
            O Neto tinha a marca da “picada” no tornozelo e nada do que a gente pensava em fazer dava certo e o tempo, tão precioso nesses casos, passava rapidamente. Chamei o Pistelli do lado e disse:
- Vou dar um pique perto da picada e espremer o mais que der. Enquanto isso veja com os meninos se consegue carona na estrada. Na época essa era também a orientação que a gente recebia, fazer um pique no local da picada e espremer o máximo possível.
(Hoje em dia isso não se usa mais, nem o garroteamento).
            Pedi uma Gilette para uma das meninas, algodão, álcool e um pedaço de pano limpo. Cheguei até o Neto e expliquei o que ia fazer e por quê. Quando ele viu que eu ia mesmo cortar a perna dele, ele deu um pulo do sofá e gritou que era tudo brincadeira. Eles haviam feito as marcas da picada com um alfinete desinfetado e tinham conferido tudo antes. Sabiam que não teríamos como entrar em contato com a cidade e nem teria nenhuma condução na Fazenda para levá-lo embora. Foi um plano de mestre e que nós caímos direitinho.
            Depois do jantar, estava o Neto deitado naquele mesmo sofá. Aos poucos as meninas foram chegando e se colocando em volta dele.
Ele, em sua infinita sabedoria, disse que quando muita mulher chegava perto dele, ou era para pedir algo, ou era alguma confusão.
            Era uma confusão!
            Alguém gritou lá dos quartos:
- Segurem ele meninas! Num instante ele estava imobilizado por várias meninas da turma, enquanto outras traziam uma bacia com água, um sabonete e um aparelho de raspar a perna. Num instante ele estava com suas pernas depiladas. Ele apenas falava:
- O que meu pai vai pensar de mim quando eu chegar a casa com essas pernas peladas? Para encerrar com chave de ouro a “vingança”, alguém jogou desodorante na perna depilada dizendo que era para não coçar. Ele ficou desconsolado com o tanto que ardeu.
            Essa foi apenas uma das aventuras que vivemos e que deixou saudades. Sou saudosista sim, acho que as coisas boas não podem ser esquecidas, são elas que ajudam a enriquecer nossa história como seres humanos.


"As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão.
Mas as coisas lindas, muito mais que lindas essas ficarão. ”
(Carlos Drummond de Andrade)
Texto e Foto: Silvia Ferrante



            

sexta-feira, 24 de março de 2017

“A ARTE EXISTE PARA QUE A GENTE SOBRE/VIVA ”

“A ARTE EXISTE PARA QUE A GENTE SOBRE/VIVA ”

“A arte e nada mais que a arte! Ela é a grande possibilitadora da vida, a grande aliciadora da vida, o grande estimulante da vida”. Essa frase é de autoria do filósofo alemão Nietzche (1844 – 1900), e acredito que será muito apropriada usá-la aqui hoje!

Num mundo onde por causa da dura realidade, vemos tanta gente desorientada e violenta, tantos jovens buscando apoio em drogas, tanta criança sem esperança num futuro, temos a obrigação de proporcionar sonhos. Todos sabemos que as coisas não estão fáceis para ninguém. Todos sabemos, que existem muitas prioridades. Porém, de que adianta termos inúmeros benefícios, se não nos for dado o direito de sonhar.
Quando a gente observa olhares, sorrisos de crianças e adultos, que se transportam para outro lugar, melhor do que aquele em que vivemos, e vemos toda a gama de pessoas comprometidas para que isso aconteça, temos que respeitar e colaborar, para que o sonho se realize, que a magia sobreviva e que, pelo menos por alguns momentos, possamos sonhar um pouco.
E é a “arte” que nos coloca a sonhar, e infelizmente, aos poucos, essa maldita política que está solta por aí, também quer nos tirar isso, quando retira inúmeras opções Culturais, apoios aos artistas e tantas outras coisas....
Sempre repito: um país de bem só se faz com Educação e Cultura, que andam sim, de mãos dadas....
Pessoas educadas e cultas, são diferentes, e isso é uma grande verdade que talvez não interesse a muitos.
A “Arte” além de tudo, é uma grande geradora de empregos, que as pessoas insistem em não ver. Pensem um pouco em tudo aquilo que envolve a produção de um espetáculo, de uma exposição, de um show... Quantas pessoas precisam trabalhar para que tudo aconteça?


É uma “arte” não permitir que nossa Cultura desapareça…

Texto e foto: Silvia Ferrante

quarta-feira, 22 de março de 2017

Ainda sobre a Palestra na UNIPINHAL


Depois da Palestra e Músicas sobre a Mulher, provocamos os presentes, para que escrevessem algo sobre algumas imagens mostradas ao final. Vejam alguns resultados... Muito feliz com a participação!

Fotos: Silvia Ferrante

Maternidade

Crepúsculo

Máscara/ Escultura

Azul



TEXTOS RESULTANTES DA PROVOCAÇÃO

(Foto: ESCULTURA)
Tentei talhar na pedra uma escultura similar.
Tentei, como aquele escultor, faces em mármore eternizar.
Jamais, porém. Em rocha tive o talento para preservar um momento.
Resta-me, todavia, uma única saída: a de eternizar, em palavras,
uma luta a ser vencida:
não só a da mulher, mas a de toda igualdade que na sociedade
deve ser esculpida.

Paulo Romão – Professor - UNIPINHAL

(FOTO: ESCULTURA)
“Máscaras na alma
Máscaras que acalmam,
Máscaras de luz,
Máscara que conduz....
Viver assim
É viver o Eu em mim...
Como em um eterno Carnaval,
Somos eternas máscaras
Vivendo o eterno e o atual...”

Tatiane Anardino – Presidente do Serviço de Assistência Social de Pinhal

(FOTO: CREPÚSCULO)
Lindo e belo fim de tarde
Onde encontro traços
De um fim de dia!
Dia esse que passou,
Lutas se foram e um dia conquistamos.


(FOTO: MÃE/FILHA/BONECA)
Ser mãe, algo irreal
É viver além do amor
É ser puro e intenso!

(FOTO: CÉU AZUL)
Um céu azul
Lembro do meu mundo azul
Onde tudo é muito bonito
E espacial na minha vida
É ir longe na imensidão do irreal.

(FOTO: ESCULTURA)
Algo esconde um lado
Sempre um lado
Fica escondido
E nele pode haver um novo,
Algo muito especial!
Um motivo para o amor!

Karen Souza – UNIPINHAL - Letras


sexta-feira, 17 de março de 2017



PALESTRA - A MULHER NA LITERATURA BRASILEIRA

E dia 16 de março de 2017 foi assim, cheios de emoções, palavras e canções, numa Faculdade que quer fazer a diferença na vida de seus alunos. Obrigada Patrícia Françoso, UNIPINHAL e Fundo de Solidariedade, pela acolhida. Fotos: Julio Lima.

quarta-feira, 15 de março de 2017


Amanhã estarei em Espírito Santo do Pinhal-SP, conversando sobre as conquistas das mulheres, a mulher na Literatura e sobre meus trabalhos!
Participem!

segunda-feira, 13 de março de 2017

QUE DIREITOS SÃO ESSES?

QUE DIREITOS SÃO ESSES?


Ontem ao passear pelo Facebook, me deparei com uma foto/matéria que contava sobre a manifestação feita por “estudantes universitárias” do Rio Grande do Sul, onde as ditas, nuas, urinaram pela Universidade.
Peraí! Tem algo muito errado... Quem disse que esse tipo de “coisa” prova algo a alguém? Desde quando sair pelada, urinando em local público, revela algo, representa algo?
Podem me chamar de atrasada, do que quiserem, porém, quando quero mostrar algo, uso as palavras, uso a música, uso flores...
Como pedir paz e respeito, se o que fazem é o contrário disto, aliás, é uma afronta ridícula.
Essas “mulheres” não representam a luta das verdadeiras mulheres que pedem pela paz, pela harmonia, pela igualdade. Que querem um país mais justo e melhor para seus filhos e para suas famílias. Essas mulheres destroem o pouco do respeito que já conseguimos nesta luta de tantos anos. Se portam como selvagens.... Triste...
E me dizem que assim caminha a Humanidade? Desculpem, não aceito.
Infelizmente essas cenas chocantes acabam causando um alvoroço, uma distorção de fatos.
Existem mulheres sérias que travam em seu dia-a-dia, batalhas em favor de todas. Existem mulheres que seguem a verdadeira caminhada para que todas sejam respeitadas enquanto mulheres.
As “urinadoras” de plantão, não representam o que penso, muito menos o que desejo para mim e para minhas tantas companheiras de batalha.

Ser mulher é bem mais que isso!

Foto e texto: Silvia Ferrante

domingo, 12 de março de 2017

A Casa da Memória

         Escrever um livro, para mim, até que é fácil, tenho muitas ideias, e como sempre li muito, tenho intimidade com as palavras. O problema é o depois. Imprimir, lançar, conseguir que as pessoas cheguem até o livro, pois afinal, não faço parte da grande mídia.... 
      Essa é uma luta que há anos venho travando neste nosso país, que nem sempre é amável com as letras, com a Cultura...
        Insistindo nisto, pretendo lançar em breve o meu sexto livro: "A Casa da Memória", um romance ficção, que escrevi havia alguns anos, e que agora chegará à luz!
        Como faço? Conto com a ajuda de meus amigos e leitores para que comprem antecipadamente. Com esse dinheiro, mandarei imprimir os exemplares e os entregarei, um a um, com imenso carinho.
       Meus sinceros agradecimentos à Sílvia Borges, que fez a arte da capa, ao João Gabriel Bruscato, que o leu e escreveu o prefácio, à Celina Motin (da Grafite), por tudo, sempre, ao meu marido Julio Lima, pela paciência, à Dona Ica Assad e ao José Carlos Carneiro, e ao Confrade Nino Barbin, pela revisão ortográfica.
         Em breve, se Deus permitir, estamos lançando mais esse filhote....

quinta-feira, 9 de março de 2017

8 de MARÇO - DIA DA MULHER

8 de MARÇO - DIA DA MULHER

Ontem, dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, mais uma vez fui proferir palestras sobre o tema, e quem me recebeu, foi a equipe e os alunos do IFSP de São João da Boa Vista.
Minha intenção era apenas falar sobre a Mulher na Literatura Brasileira, seus pensamentos, seus textos, suas vitórias (?), porém, precisava passar aos presentes, um pouco do que foi, durante séculos a luta da mulher por seu espaço, a luta da mulher para ser reconhecida como um ser pensante, e não um objeto, um bibelô, alguém que para muitos, não passava (passa) de um ser inferior, feito para servir ao macho.
Antes de sair para a segunda palestra do dia, vejo num jornal, manchetes que me chocam: “Uma em cada 3 mulheres brasileiras, ainda sofrem agressões”, “Cerca de 500 mulheres brasileiras são agredidas por dia”, “A cada uma hora e meia, uma mulher brasileira é morta”, “No carnaval deste ano, pelo menos 2.000 mulheres foram estupradas”.....

Desculpem, porém, vendo por esse lado, não há muito o que comemorar, em pleno século XXI e ainda estamos assim? Isso falando apenas de Brasil, fiquei a pensar o que acontece no resto do mundo??? É muita tristeza para meu coração feminino.
A Mulher, que sempre defendeu a paz, pois as guerras e as lutas, lhes tiravam seus maridos e filhos, a Mulher, que apenas queria seu direito sagrado de se expressar, trabalhar, estudar...
Onde erramos? Não as Mulheres, o Ser Humano. Para onde estamos caminhando? O que será de todos nós?
Antes de mais nada, antes de oba-obas, ainda temos muito que caminhar, que refletir. Antes que tudo se perca de vez, temos que aprender a sermos “Humanos”.

Texto: Silvia Ferrante
Foto: Júlia Lisi





segunda-feira, 6 de março de 2017

NO PAÍS DA (DES)CULTURA

NO PAÍS DA (DES)CULTURA

Poderia falar mil coisas sobre o Show de ontem no Theatro Municipal. Ver a aflição inicial e depois a alegria esparramada da minha amiga Célia Bertoldo, a concentração e a expectativa dos cantores convidados, a atenção geral da orquestra, o nosso brilhante Maestro Agenor e seu inseparável Maestro adjunto J Lobo, ambos regendo com muito amor, coisa de quem está ali porque quer estar. Ver nosso Theatro cheio, porque todos sabiam que seria mais um espetáculo grandioso, o papo rápido com amigos queridos, que havia tempos não encontrava....
Porém, ontem, três coisas me marcaram profundamente: a afinação e a beleza que é Júnior Almeida, a garra da Lia Figueiredo; que mais uma vez estava ali, mandando seu recado, num eterno recomeçar, que faz parte da vida. A voz e a interpretação do Lucas Cozzani, magnífico em sua apresentação da Balada por un Loco do genial Piazzola, que me arrancou lágrimas e enfim da minha profunda tristeza em saber, pelo desabafo emocionado do Maestro Agenor, que aquela seria a última apresentação da Jazz Sinfônica de São João...
Como pode? Uma obra prima dessas não deveria se acabar nunca. Um corpo musical que leva consigo inúmeras almas artistas, que traz em seu seio corações embriagados da Luz que as melodias espalham.
Fiquei pensando na injustiça de tudo o que temos visto, e essa é, com certeza, uma delas.
Adoraria ter algum poder, algum dinheiro, qualquer coisa que pudesse salvar esse nosso Patrimônio....
Não tenho nada disso, tenho apenas as lágrimas que ainda insistem em correr pela minha face, enquanto o meu coração apertado, declara seu luto….


Texto/foto: Silvia Ferrante


domingo, 5 de março de 2017

POR SER MULHER!

POR SER MULHER!

Por ser mulher
Amo e sou amada
Ou não
Faço das tripas coração
Movo o mundo por um nada

Por ser mulher
Me apaixono e quase enlouqueço
Dou voltas, me descabelo,
Posso até matar
Ou morrer

Por ser mulher
Me desfaço em mil pedaços
Me atiro do mais alto monte
Viro bicho, viro cobra
Esqueço o que fui ontem

Por ser mulher
Deixo de ser racional
Muitas vezes sou apenas emoção
Meu instinto fala mais alto
E deixo agir meu coração

Por ser mulher
Nunca estarei pronta
Sou um eterno contraste
Não tente me entender

Poema e foto: Silvia Ferrante