quarta-feira, 10 de maio de 2017

Ainda sobre domingo na Paulista

Na postagem anterior lhes contei sobre como foi o não recebimento do meu certificado do Concurso de Poesia Contemporânea Brasileira, e disse que aproveitei para caminhar pela Avenida Paulista, centro de tantas e tantas ações neste meu País.
Durante a caminhada, fomos abordados por várias pessoas, cada uma oferecendo algo, pedindo uma participação, como aquela que pede um minuto de silêncio. (Eu fiz, José não deu conta, rsrs)
Fomos abordados por um rapaz descabelado e com um jeito feliz, que me chamou atenção.
Ele trazia em suas mãos, vários livretos, feitos artesanalmente, que continham poemas de sua autoria. Veio parar justo em minhas mãos...
Escrevi para ele quando terminei de ler os poemas escritos e pedi autorização para repartir com vocês os poemas dele. 
Ele, o Luiz silva (escrito assim mesmo), me autorizou, por isso peço
que leiam e saboreiem as palavras desse poeta:

*
Meu deus
pelo amor de deus
eu quero ser medíocre pra sempre
pra já ir garantindo
um lugarzinho pra mim lá no céu

Porque aqui na terra nada cai do céu
e pra conseguir alguma coisa
tem que ser na porrada
ou revirando o lixo

Meu deus
eu não quero ser ninguém nessa vida
pra não ter que jogar a minha vida no lixo
pra que outro cate
e ganhe algo com isso

Meu deus
tenha piedade de mim
e se souber de alguém
que queira comprar minha alma
venda ou troque por bala
mas faça alguma coisa por mim!

Luiz silva

*
Eu queria botar no papel
o silêncio
e todas as palavras que joguei ao vento
mas nem sequer reconheço
a minha letra...

Luiz silva

*
Tento não pensar
e isso me basta
para perceber que são inúteis 
as minhas palavras...

Luiz silva

Fico aqui a reler, reler, reler....


Silvia Ferrante - Texto e Foto 


A foto retrata minha volta pra casa. Da janela do ônibus.....

Nenhum comentário:

Postar um comentário